Leandro Stein: “O Fla se contentou com um papel menor contra o River, quando poderia ter almejado mais”

A quem temia uma rodada final agônica no Monumental de Núñez, como aquelas que aconteceram nas três últimas aparições na fase de grupos da Copa Libertadores, o Flamengo respirava aliviado. Jogava por 90 minutos, e não mais pela vida na competição continental, desta vez sem o risco de ser eliminado num duelo sufocante. Mas, se não tinha obrigação, não quer dizer que o Fla poderia ignorar os seus objetivos. E o time ficou devendo, a quem ainda tinha chance de terminar com a liderança do Grupo 4. Apresentou pouquíssimo e se contentou com o coadjuvantismo, com o empate por 0 a 0 mais agradável aos millonarios – por mais que eles tenham lamentado a incapacidade de buscar a vitória, dadas as circunstâncias. Ao menos, saem com a primeira posição da chave, contra rubro-negros mais temerosos sobre o que pode aguardá-los nos mata-matas.

Sem o suspenso Diego e a lesionada dupla de zaga titular, o Flamengo vinha com Jean Lucas no lugar do camisa 10, a principal novidade. Mas seria um time excessivamente cauteloso, tentando jogar no erro do adversário. Pouco conseguiu produzir desta maneira. Os primeiros minutos do duelo contaram com uma grande pressão do River Plate, controlando totalmente a posse. O Fla daria a sua primeira escapada aos sete minutos, em confusão na área que poderia ter rendido o gol. O “se”, de qualquer forma, era pouco a quem ainda ficaria com a primeira colocação da chave em caso de vitória.

O Flamengo mesclava problemas das jornadas anteriores. Produzia pouco no ataque, como havia acontecido na visita a Bogotá, e se prejudicava com a afobação no meio-campo, tal qual na vitória sobre o Emelec. Faltava um pouco mais de clareza para criar, no time em que as peças pareciam isoladas demais para trabalhar em conjunto – e em uma noite na qual, individualmente, ninguém desequilibrou. Era uma equipe mais preocupada em fazer o relógio rodar do que realmente jogar no Monumental. Ainda que, do outro lado, não se visse exatamente brilhantismo.

O River Plate também encontrava as suas dificuldades. Pressionava a saída de bola do Flamengo e tentava se impor no campo de ataque, mas pouco assustava. Com a posse de bola, o time tentava encontrar brechas, embora suas ações não ameaçassem tanto assim o conforto dos rubro-negros. Foram poucas chegadas mais contundentes, quase sempre em bolas alçadas na área que não deram em muita coisa. Nos acréscimos, os cariocas estiveram mais próximos de marcar, em jogada de Rodinei pela direita. O lateral cruzou e a bola passou por três jogadores brasileiros, que não alcançaram a oportunidade que se oferecia tão clara. Ao final do primeiro tempo, Lucas Paquetá era o personagem, pelo bem e pelo mal. Um dos mais ativos do time, pecava novamente pelo excesso de erros. E uma falta para cartão amarelo o suspendeu rumo ao primeiro compromisso nas oitavas.

Para o segundo tempo, o River Plate voltou mais agressivo. Seguia com a posse de bola no campo de ataque, encontrando mais espaços para romper a barreira do Flamengo. Não que os rubro-negros tenham se limitado apenas a se defender, se soltando um pouco mais. O time teve os seus lamentos, em reclamação de pênalti sobre Rhodolfo (com razão para a bronca) e com uma finalização de Henrique Dourado perigosíssima. No entanto, as ambições eram escassas a uma equipe que poderia forçar mais os contra-ataques e incomodar os millonarios. Ficou uma sensação de lucro, pelos sustos que os argentinos deram nos minutos finais.

Ao longo da segunda etapa, o River já criava mais, como em chute perigoso de Ignacio Scocco e em bola que pipocou na área do Flamengo. Durante os dez minutos finais, porém, os millonarios tiveram a vitória nas mãos. Dono da braçadeira de capitão, Diego Alves destoou em relação a outras partidas no ano e por muito pouco não entregou o ouro, dando sorte com o erro de Scocco na hora de fuzilar. Já aos 44, Rafael Santos Borré tinha tudo para garantir os três pontos, em jogada brigada dentro da área. Emendou um belíssimo voleio, que triscou no travessão antes de sair. Por sua postura contida, o Flamengo se contentou em não sofrer a derrota. Mas não que isso satisfizesse, até porque, ainda que melhores, os millonarios estiveram distantes de se mostrar imbatíveis.

Marcelo Gallardo expressou o seu enfado no final da noite. O River Plate termina com a liderança, somando 12 pontos, mas poderia almejar uma posição melhor no ranking de primeiros colocados, tentando preservar o mando de campo aos jogos de volta. Já o Flamengo fica na segunda colocação, sob grandes riscos de enfrentar um adversário brasileiro, embora a liderança também pudesse propor outros desafios – principalmente entre os argentinos. Fica, e não apenas pela tabela, uma ponta de desapontamento da torcida. O objetivo de superar os traumas recentes foi cumprido, e a classificação veio. Mas o time deve, ao só ter vencido o Emelec nestas seis rodadas, apesar da invencibilidade. Sem um coletivo que permita produzir mais, limitado a lampejos individuais, o Fla jogou para ser espectador em Núñez. Uma limitação que incomoda quando se cobra uma afirmação e se sabe que, sem cautela, dava para ter buscado um pouco mais na visita à Argentina.

Reprodução: Trivela / UOL

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