EI: “Da mãe ‘babona’ ao ídolo de infância: Julio Cesar antes de ser o goleiro”

Julio Cesar, que se despede do futebol profissional neste sábado (21), foi jogador do Flamengo, do Chievo-ITA, da Internazionale-ITA, do Queens Park Rangers-ING e do Benfica-POR. Jogou duas Copas do Mundo, venceu uma Copa América, duas Copas das Confederações, Campeonato Italiano, Português, Liga dos Campeões e Mundial de Clubes. Tudo isso o planeta viu, faz parte da biografia do camisa 12. Mas nem todo mundo sabe quem foi Julio Cesar antes de se tornar o goleiro.

Nascido em Duque de Caxias e radicado no Grajaú, na Zona Norte do Rio de Janeiro, o goleiro, consagrado aos 38 anos, achou que nem passaria pela primeira ‘peneira’. Aliás, quando garoto, preferia o futebol de salão à meta grande do campo. Quem tirou a ideia da cabeça do craque foi a mãe. Os motivos foram dois: o gosto pela bola e a fascinação por um ídolo.

O Taffarel, para mim, foi a grande referência. Quando era moleque, pulava na cama e gritava ‘Taffarel’ para lá e para cá. Eu tinha dois ídolos: o falecido Zé Carlos e o Taffarel, por tudo aquilo que ele representava. Eu sonhava em ser o Taffarel. Me espelhei bastante“, disse Julio ao Esporte Interativo.

Mão dura de Dona Fátima garantiu a carreira

A infância de Julio Cesar foi dividida, por algum tempo, entre os treinos no Grajaú Country Club e o Flamengo. Do futsal ao futebol, era uma maratona que fazia doer os músculos da promessa a craque. Quando o garoto já pensava em desistir do futuro no esporte, quem segurou as pontas foi a mãe, Maria de Fátima.

Chegou uma hora em que ele tinha que escolher, e ele queria parar. Aí eu falei: ‘não, você começou e agora vai’. Todo dia de manhã era aquela agonia para levantar. Ele ficava sonolento e eu lavava o rostinho dele com água fria, para ver se despertava. Ele tinha que estar cedinho na Gávea, tipo seis e meia. Era assim todo dia, e eu dizia: ‘vamos’“, disse a mãe coruja.

A minha mãe foi meu anjo da guarda no início de carreira. Meu pai era um apaixonado nato por futebol. Viemos de uma família em que todos gostavam de futebol. Mas, ele não tinha muito tempo para ficar comigo e não conseguia acompanhar a minha rotina nas categorias de base. Minha mãe se encarregava disso. Ela me acordava, me levava para treinar futebol de campo, me levava para a escola, para o futebol de salão… Foi a minha parceira“, completou Julio.

‘Desastre’ em peneira e preferência pelo futsal

Antes mesmo do dilema entre a quadra ou o campo, Julio Cesar só tinha olhos para as traves pequenas do futebol de salão. O goleiro resistiu até quando foi chamado para um teste no Flamengo, e saiu de lá com a certeza de que não iria voltar.

Quando foi recomendado pelo treinador do futsal para as categorias da base rubro-negras, o garoto foi com ceticismo, que aumentou a cada bola que passava para o fundo da rede. “Ele era acostumado com o futebol de salão, que era menor. Ele se sentiu muito pequeno naquele gol grande“, explica Dona Fátima.

O Flamengo precisava de um goleiro nascido em 1979, e o treinador que me treinava no salão estava fazendo um estágio no Flamengo no campo. Ele disse que o goleiro dele de salão de repente poderia servir. Ele me levou para essa experiência, mas foi um desastre. Toda bola que ia no gol era gol“, disse o goleiro, que completou: “Eu estava certo de que não seria aprovado, mas não estava muito chateado. Porque eu queria mesmo era ficar no futebol de salão“.

No profissional, personalidade aos 17 anos surpreende

A experiência no futebol não só vingou como rendeu convocação à seleção brasileira ainda na base. Aos 17 anos, Julio Cesar já ganhou vaga no elenco profissional. A participação ainda era discreta, mas tinha os seus luxos, como ver Romário como parceiro.

Ele era um goleiro que servia muito o Romário. No final do treino, o Romário sempre escolhia para ficar chutando bolas. Ele era o mais novo, tinha 17 anos. Era um goleiro que participava muito da performance do Romário naquele momento“, disse o técnico do primeiro jogo do goleiro no futebol profissional, Sebastião Rocha.

Curiosidade à parte, Julio chamou atenção no profissional desde cedo, pelo talento e, principalmente, pela personalidade forte. Rocha explica a desenvoltura que o camisa 12 apresentou desde jovem para conquistar espaço no Rubro-Negro.

Era um goleiro que tinha participado de quase todas as seleções até então, seleção de base. Até a idade de 17 anos, participando da sub-20. Um goleiro muito promissor, as informações eram excelentes. No momento, tínhamos o Zé Carlos, que era o goleiro principal. Tínhamos Marcelo Leito. Na minha época de base no Flamengo, o Julio era mirim. Fui ter contato com ele no profissional. Sempre foi muito ativo. Como era cria do Flamengo, sempre foi muito solto dentro do grupo. Me chamou atenção pela personalidade com 17 anos“.

Reprodução: Esporte Interativo

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