Contexto e avaliação da “Operação Rueda”

Caros Rubro Negros,

Estamos nesta quarta-feira (20) a disputar uma vaga nas quartas de final da Copa Sul-Americana e também de olho na finalíssima da Copa do Brasil, já na semana que vem. E tal momento capital da temporada se passa pouco tempo depois da nossa troca de comando e da chegada do novo técnico, o colombiano Reinaldo Rueda. Acredito que esse seja um bom momento para mensurar um pouco sobre a “Operação Rueda” e do contexto da situação.

Acredito por definição que quase toda troca de técnico no meio da temporada é uma temeridade. Infelizmente diversos motivos levam a este festival de trocas que vemos no futebol brasileiro: a impaciência que permeia a torcida brasileira como um todo acaba por levar a um “estado de coisas” que não tem mais volta e a troca acaba por se tornar inevitável (Como no caso do Flamengo agora em 2017, por sinal). Também entra nesta soma os cartolas do nosso futebol, retrógrados, com aspirações de reinados longos e que pouco entendem de futebol, tendo pouca convicção nas escolhas que fazem. Assim, no afã de se livrar de pressões internas e externas acabam por trocar o comando da equipe. Afinal “é mais fácil demitir o técnico do que o time inteiro“. Isso sem falar na malemolência e malandragem de alguns jogadores que, pelos mais inusitados motivos, se acham no direito de “não correr por técnico $#$%$” que seja. Como se o atleta não devesse satisfação a instituição que o emprega… Mas isso é assunto pra outra coluna.

Rueda chegou ao Mais Querido há cerca de 30 dias. Rapidamente, já diante de uma semifinal de um importante torneio nacional, Rueda mostrou inteligência e praticidade. Foi capaz de ler a situação do Flamengo e fazer alterações que, mesmo não sendo tão grandes, surtiram efeitos positivos. Percebeu que um time sem confiança tem que, de cara, parar de tomar gols em todos os jogos. Mudou a orientação dos laterais, que têm jogado mais presos (permitindo inclusive a saída de dois dos jogadores mais odiados pela torcida nos últimos tempos). E, ao parar de ser vazado, a confiança foi se restabelecendo e o time voltou a ser mais constante, como já tinha sido em algum momento do ano. Tem se saído bem. Mais do que alguns poderiam imaginar, dadas as dificuldades que uma situação dessa enseja.

Contudo, nem tudo é alegria no reino Rubro-Negro. Como todo e qualquer técnico, o nosso colombiano tem suas convicções. Uma delas parece ser referente ao seu compatriota e já conhecido de outros carnavais, Orlando Berrío. Tem dado a entender que o “seu 11” é composto por Berrío e mais 10. O que, de alguma forma, tem posto dois dos jogadores mais talentosos do elenco em briga por uma única vaga no time. Algo que a torcida tem contestado, em alguma medida. Além disso, em que pese o time ter voltado a sofrer poucos gols, é nítido que a equipe tem criado pouco ofensivamente, algo que causa preocupação. E por fim, problemas como falta de concentração em alguns momentos e, em algum ponto, um certo desinteresse continuam a acometer nosso time. (O que é o Trauco marcando???)

Entre pontos positivos e negativos, dentro da realidade que faz de todos os técnicos por aqui interinos, infelizmente algo se perdeu. A verdade é que futebol deve ser tratado com planejamento de médio e longo prazo. Eventos como o nosso título brasileiro em 2009 devem ser tratados como exceção e não como regra. Esse tipo de troca deve ser muito bem avaliada e realizada somente em casos específicos e não como regra, como fazemos por aqui. Falta uma avaliação séria do trabalho do dia a dia e dos motivos dos resultados ruins. E falta a real dimensão dos dificultadores envolvidos nesse tipo de troca. Um técnico que não conhece o elenco, que eventualmente sequer conhece a cultura do nosso futebol. Uma remontagem de um filosofia de jogo. É quase como trocar a turbina de um avião que está em pleno voo. E muitos consideram isso algo simples e mesmo como “solução de todos os problemas”. Acreditam piamente que mudanças substanciais podem ser feitas no meio de uma temporada que tem jogos quarta e domingo…

E assim estamos. Trocando a turbina do avião no momento mais importante do voo. Com um time em construção prestes a jogar os jogos mais importantes do semestre. “Correndo o risco” de ganhar tudo o que nos resta. E também de perder. Mas na real acepção dessa palavra: Risco. Seja qual resultado obtido, passará pelo risco excessivo que representa essa guinada, tão prejudicial e ainda assim tão comum por essas bandas. Algo que eu espero sinceramente que possamos mudar nos anos vindouros e que, inegavelmente, foi bem trabalhado esse ano até onde foi possível.

Opine, elogie, critique…Participe!! E se você ainda não é Sócio Torcedor…faça o seu imediatamente!!! O seu maior benefício é ver um Flamengo cada vez mais forte!!

Luiz Henrique Amorim

Pixotada: CBF. Quando nós achamos que não pode piorar… Cogitar o uso um recurso já no decorrer do torneio. Um recurso que ainda carece de muitos testes e ajustes. E ainda contemplar a possibilidade de usar em alguns jogos de algumas rodadas e não usar em outros… Isso é uma autêntica VÁRZEA, com respeito aos campeonatos de várzea bem organizados do país. E não se espantem se o recurso de vídeo for usado na partida final da Copa do Brasil, depois do campeonato inteiro ter sido disputado de forma diferente…

Golaço: Meus queridos leitores. Essa é minha 100ª coluna no site. E quem está de parabéns são meus queridos leitores. Entre boas colunas e outras nem tanto só posso agradecer a atenção e o carinho de vocês. E agradecer aos elogios, as críticas e as participações de todos. Muito obrigado a todos. E vamos rumo a mais 100 colunas, sempre honrando essa oportunidade de me comunicar com a Nação Rubro-Negra!

Seção pitacos: Fórmula do Brasileirão. Já falei sobre esse tema brevemente aqui e aqui. Um tema que parece um tabu, uma vez que qualquer um que levante sua voz contra o possivelmente entediante sistema de pontos corridos via de regra é criticado como se não houvesse amanhã. E ainda assim, vira e mexe, o assunto vem a tona. Como por exemplo, quando o campeonato perde grande parte do seu interesse em meados de agosto…

Sobre a coluna anterior: Acredito piamente que o caminho para o Flamengo ser sempre forte e estar sempre nas cabeças passa pela reformulação administrativas que estamos a vivenciar. A despeito das nuances e das inexatidões do velho esporte bretão… Quem viver, verá!

Seção Gato Mestre: Flamengo 2×0 Chapecoense. Hoje não tem espaço para puxar o freio de mão. Hoje não tem espaço para desinteresse. Hoje jogamos em casa pela vaga nas quartas de final da Sul Americana e por uma elevação de moral para a final de quarta que vem. Qualquer coisa que não seja uma vitória contra um adversário nitidamente mais fraco, com todo o respeito, seria algo péssimo para o Fla.

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